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Edvard Munch. O beijo II. 1902. xilogravura. Munch Museet
Deu-me o amor este dom:
O de dizer em poesia.
Poeta e amante é o que sou
E só quem ama é que sabe
Dizer além da verdade
e dar vida à fantasia.
E não dá vida o amor?
E não empresta beleza
Àquele que se quer bem?
Que não vos cause surpresa
O perceber neste amor
Fidelidade e nobreza.
E se eu soubesse que à morte
Meu muito amar conduzia,
maior nobreza de amante
Afirmar-vos inda assim
Que ele tal e qual seria
Como tem sido até agora:
Amor do começo ao fim.
(Hilda Hilst, 'XV', in Exercícios)
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