quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Animula vagula blandula

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 Um detalhe de Amor e Psiquê observando uma borboleta,
do escultor italiano Antonio Canova.
Escultura em mármore (150x68cm), datada entre 1796 e 1800,
 no Museu do Louvre (há outra versão em Leningrado, Hermitage)


  

"Animula vagula blandula
Hospes comesque corporis
Qua nunc abibis in loca
Pallidula, rigida, nudula
Nec, ut soles, dabis iocos..."


(Pequena alma terna flutuante,
companheira e hóspede do corpo
agora se prepara para descer a lugares
pálidos, árduos, nus
onde não terás mais os devaneios costumeiros)



(Poema do imperador Adriano
em seu leito de morte)





O tema do enamoramento de Eros e Psiquê (o amor e a alma) é outra das minhas afinidades eletivas, e o estudei em minha dissertação de mestrado.
A borboleta que o par enamorado segura e observa é o próprio símbolo da alma. A delicada e flutuante alma de Adriano é ainda, sem dúvida, a psiquê grega.
A palavra grega ‘psiquê’ – psykhē – liga-se ao verbo ‘psýkhein’, que quer dizer ‘soprar, emitir um sopro’. A palavra grega ainda hoje utilizada para o vocábulo ‘borboleta’ é psykhári, um diminutivo de psykhē. A palavra refere-se especificamente à falena noturna, que – como Psiquê –, é atraída pela luz. Aristóteles, em sua Historia animalium (551 A) já indicava que a palavra ‘psykhē’ também significava ‘borboleta’, e as representações de psiquês como aves ou borboletas já eram encontradas na Grécia Idade do Bronze.

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Um comentário:

  1. Letícia.

    Biólogo e Professor, divulgo a causa ambiental/humanística através do Verde Vida.

    Peço-lhe desculpas por invadir um espaço tão sensível e especial.

    Felicidades em sua jornada.

    http://www.vervida.blogspot.com

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