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Hoje, aqui pertinho de casa. Uma foto de composição meio holandesa, só pra falar do céu.
O topônimo 'Mantiqueira', como quase todos no Brasil, vem do tupi-guarani, e indica duas possibilidades etimológicas:
amanti | amandi (chuva) + iquiri (morada)
ou
amana (chuva) + tiquira (gotejar)
Nasci no vale do Paraíba fluminense, fui criada na Mantiqueira mineira e morei em vários lugares diferentes, o que muitas vezes me fez pensar ter perdido um pouco a sensação de pertencimento a algum trecho especial de chão. Eu só descubro que isso não é verdade quando saio da Dutra em Lorena e o carro de repente aponta para aquele respeitável paredão de morros que é preciso escalar. Aí, sim, só aí, eu sinto estar voltando pra casa...
Pois fui criada aqui, no verde e azul da serra da Mantiqueira.
No entanto, uma das lembranças mais vivas e distantes que guardo é a da cortina de nuvens branca, branca, e densa, que se derramava - e continua a se derramar - pela serra invariavelmente todos os janeiros. Pontualmente.
Nesse tempo de recolhimento meio forçado, eu gostava de ficar na janela vendo aqueles chumaços de nuvens que se esgarçavam pelas dobras dos morros ao cair, um atrás do outro, durante dias e dias... E assim, na minha memória afetiva, a Mantiqueira de janeiro (mas apenas a de janeiro) é mesmo a morada da chuva ou, quem sabe, o lugar onde a chuva goteja e goteja...
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Como é intenso passar por aqui...
ResponderExcluire perceber (mais uma vez, e sempre) essa (sua)delicadeza multifacetada e apaixonante, que ao mesmo tempo dá urgência de estar perto e cala as palavras no coração da gente.
Falar o que pra você, e como?
Acho que falar presença, apenas - e com a poesia das imagens, de preferência. Quase peço desculpas pelas palavras... beijo!
Saudades de você, meu amigo. Já me deixa feliz de saber que passou por aqui. Beijos
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