terça-feira, 13 de abril de 2010

Douceur d'avril

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Amarilis. Um dia azul na Mantiqueira em 2009
 (não era abril, mas o igualmente adorável e azul setembro)



"J'ai peur d'avril, peur de l'émoi
Qu'éveille sa douceur touchante (...)

En décembre, quand l'air est froid,
Le temps brumeux, le jour livide,
Le coeur, moins tendre et plus étroit,
Semble mieux supporter son vide.

Rien de joyeux dans la saison
Ne lui fait sentir qu'il est triste;
Rien en haut, rien à l'horizon
Ne révèle qu'un ciel existe.

Mais, dès que l'azur se fait voir,
Le coeur s'élargit et se creuse,
Et s'ouvre pour le recevoir
Dans sa profondeur douloureuse;

Et ce bleu qui lui rit de loin,
L'attirant sans jamais descendre,
Lui donne l'infini besoin
D'un essor impossible à prendre (...)"

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Tenho medo de abril, medo da emoção
Que desperta sua comovente doçura (...)

Em dezembro, quando o ar é frio,
 o tempo brumoso, o dia lívido,
o coração, menos suave e mais apertado,
parece melhor suportar o seu vazio.

 Nada de alegre na estação
 lhe faz sentir que é triste
nada nas alturas, nada no horizonte
 revela que um céu existe. 

 Mas, assim que o azul se mostra,
 o coração se amplia e esvazia
 e se abre para recebê-lo
em sua profundeza dolorosa;

E esse azul que lhe sorri de longe,
atraindo-o sem jamais descer,
 dá-lhe a necessidade infinita 
de um impulso irrealizável.



Poema (trechos): Douceur d'avril, de R.-F. Sully Prudhomme (1839-1907)
(minha tradução)
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2 comentários:

  1. Boa noite, Amarilis, muito obrigado pela visita e por ter se identificado com meu blogue. A recíproca é verdadeira, gostei muito do que vi em teu espaço, as fotos são lindas, e há muita criatividade nas postagens. Desejo muitas alegrias a vc nesse novo espaço. Virei mais vezes, pois sinto que há muita sintonia entre nossos trabalhos. Grande abraço, minha amiga.

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  2. Obrigada, fernando. Também estrei sempre visitando seus espaço.
    Abraços

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