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Paul Gauguin. Um jardim abandonado. c.1884.
Óleo sobre tela; 65 x 54 cm. Col priv
Parole d'amore e di preghiera,
come inutili monete fuori corso,
giacciono nel giardino sfiorito
dove le abbiamo abbandonate.
(Ma quel luogo dimenticato, aperto
al vento; quel luogo inspiegato
e il momento che sussiste inalterato
al di là di macerie di memorie,
dischiusero per noi, smarriti eredi
del quotidiano, un passaggio segreto,
imprevedibile, insperato.)
°°°
Palavras de amor e de prece
como inúteis moedas fora de circulação
jazem no jardim sem viço
onde as abandonamos
(Mas aquele lugar inexplicado
e o instante que permanece inalterado,
para além de memórias em ruínas,
descerraram para nós, desolados herdeiros
do cotidiano, uma passagem secreta
imprevisível, inesperada)
Palavras de amor e de prece
como inúteis moedas fora de circulação
jazem no jardim sem viço
onde as abandonamos
(Mas aquele lugar inexplicado
e o instante que permanece inalterado,
para além de memórias em ruínas,
descerraram para nós, desolados herdeiros
do cotidiano, uma passagem secreta
imprevisível, inesperada)
Bruna dell'Agnese, "Passaggio segreto", in Vuoto in Giardino.
Tradução de Amarilis, a pedido do Fernando.
Tradução de Amarilis, a pedido do Fernando.
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Uma passagem secreta, impresível, inesperada: o jardim da memória. Linda pintura de Gauguin. Faço uma sugestão pra traduzir o poema, que deve ser lindíssimo. Grande abraço.
ResponderExcluirOi Fernando! Traduzir é sempre transformar o original. E traduzir poesia é o máximo da dificuldade. Um perigo! Para mim, laranja, naranja,orange e aranccia não têm o mesmo cheiro e nem sequer a mesma cor. Concorda?
ResponderExcluirÉ que muitas vezes a tradução estraga a poesia. Cada palavra original traz um universo de referências culturais que inevitavelmente se perde na tradução...
Abraços e obrigada pelo comentário!
Concordo com você, Amarilis, quanto à tradução. Minha mestra de literatura inglesa, a Eraídes Rabelo, aí de Itajubá, costumava dizer isso. E fazia coro com o Robert Frost e tantos outros. Desculpa, achei que o poema devia ser tão bonito, e lamentei não conhecer a língua italiana quando o vi. Mas, olha, a tradução está belíssima, e deu uma idéia da maravilha que é esse poema. Então, não sejamos tão ortodoxos, rs.... você traduziu por uma boa causa.
ResponderExcluirOlha, às vezes sou tradutor de mim mesmo. É que às vezes, raras, vem-me e inspiração em inglês, e escrevo nesta língua. Então é a maior dificuldade pra traduzir para o português. Envio-te um exemplo, nas duas línguas, mas escrevi primeiramente em inglês.
TO THE NIGHT
This huge imponderable silence
revives dead things
by casting its charms
upon the light.
Time to sedate,
to overflow the glasses
with moon's fluids -
and here's to the night.
À NOITE
Este silêncio, vasto e imponderável,
revive as coisas mortas
atraindo a luz
em sua corte.
Tempo de sedar,
de transbordar as taças
com fluídos de lua -
e de brindar à noite.
Fernando Campanella
Grande abraço. (Ah, esqueci de dizer, fiz Letras aí em Itajubá. E a Eraídes é muito importante em minha trajetória poética.)
Muito bom seu poema em inglês, Fernando!
ResponderExcluirE olha só que mundo pequeno este...
Abraços