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Edgar Degas. Estudo de céu. c.1869. pastel. col priv.
À minha filha, Isabela, que hoje completa dezesseis anos, eu daria o céu.
Vinda de mim, parte de mim, foi companheira inseparável e fiel por todo esse tempo. Saímos juntas, e sozinhas, para a vida quando ela tinha só cinco anos. Com ela eu aprendi o que a palavra amor significa, aprendi a amar ainda mais a minha própria mãe e a dar um novo significado à palavra família. Com ela, descobri o quanto eu gosto de rir, e nunca rio tão gostosamente quanto como rio com ela.
Ela sempre me diz que nunca vai me deixar sozinha. Quando era bem pequenininha, costumava dizer que quando se casasse faria um quarto com uma triliche - a terceira cama para mim... Mas este ano já estamos aprontando suas asas, planejando seu primeiro voo solo. E sei que logo estarei assistindo-a erguer seu pescoço de cisne, despregar as asas e cruzar um oceano.
Assim, de repente, vai ao céu que ela própria escolheu.
Eu, conferindo se todos os dedinhos dela estavam ali.
Estavam, sim.
Agora só me resta conferir se asas estão firmes...
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