domingo, 20 de março de 2011

Vão

.

Se estou do lado de cá, paisagem; do lado de lá, cena de interior (ou, com sorte, cena de gênero).
Tudo é o mesmo, tudo é igual - e indiferente. Mudo eu. Mas o instrumento da mudança é a moldura do nada, um vão, carregando meus olhos de novas formas, novas luzes, outras texturas e cores - todas vãs.


.
Tiradentes, outubro de 2009




"(...) A janela cria pinturas
que vivem poucas horas
e nunca se incomoda
pois a vida é transitória."


(Heitor Ferraz Mello. "A Janela", in Coisas imediatas)

.
.

Nenhum comentário:

Postar um comentário