segunda-feira, 3 de maio de 2010

L'umano sbagliare


.
.
.

Sbagliai così


Storditamente andavo raccogliendo
da paradisi alati piume variopinte
per farmene un uccello. Ma quando
al davanzale, al mio trastullo esotico
dissi: vola! già nel cortile cadde
senza un grido.
Umilmente ora, io mi inginocchio
ai passeri, i sopravissuti dell'inverno.
E nel prodigio di quelle ali vive
mi inizio
ai segreti del volo.

Bruna dell'Agnese. "Sbagliai così", in Correndo l'anno.



Henri Matisse. Icarus. 1947. Color pochoir; 41,9x26cm. NY, MoMA



Foi assim que errei

Eu vinha atordoadamente recolhendo
das aves-do-paraíso as coloridas plumas
para com elas formar um pássaro. Mas quando
no parapeito ao meu passatempo bizarro
eu disse: voa! Já no pátio ele tombou
sem nem um grito.
Agora humildemente me ajoelho
aos pardais, os sobreviventes do inverno,
e no prodígio daquelas asas vivas
inicio-me nos mistérios do voo.

 (minha tradução)

.


'Errar': a etimologia vincula o errar à escuridão e ao escorrer. Errare (latim) deu as antigas formas  'errare' (italiano) e 'errar' (francês, catalão, português e espanhol), vinculando-se ainda a èrrein (gr.); irrôn / irren (alemão antigo); irrjan (sânscrito); airz-jan (gótico). Todas podem ter sido originadas do grego 'ere-m-nòs' através de 'ereph-nòs', que significa 'escuro', ou do sãnscrito 'ars-sati', escorrer (será?).
Quem erra -  humana sina - vaga no escuro, sem direção ou controle, como que arrastado, subjugado por uma força maior.

.
.
..
.
.

Nenhum comentário:

Postar um comentário