sábado, 2 de julho de 2011

Requentado e ressentido

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ocaso-arrebol da minha varanda da Mantiqueira: contrário de manhã.



Sonnet 116 - William Shakespeare


Let me not to the marriage of true minds
Admit impediments. Love is not love
Which alters when it alteration finds,
Or bends with the remover to remove:

O no! it is an ever-fixed mark
That looks on tempests and is never shaken;
It is the star to every wandering bark,
Whose worth's unknown, although his height be taken.

Love's not Time's fool, though rosy lips and cheeks
Within his bending sickle's compass come:
Love alters not with his brief hours and weeks,

But bears it out even to the edge of doom.
If this be error and upon me proved,
I never writ, nor no man ever loved.

°

Que eu não me permita, à união de almas sinceras, 
aceitar impedimentos. Amor não é amor 
Se ao encontrar obstáculos se modifica, 
Ou se cede ao que o desvia, e logo se retira. 
Oh, não! O amor é um marco eterno, 
Que contempla a tempestade e não se abala; 
É a estrela que norteia a barca errante
Em mensurável altura, mas de insondável valor 
O amor não é um bufão do Tempo, embora
Sua foice apanhe da juventude o róseo semblante; 
O amor não se altera em breves horas e instantes, 
Mas resiste mesmo ao fim dos tempos. 
Contudo, se estou errado e alguém o provou, 
Então nada escrevi e jamais alguém amou.


°


(é minha a tradução capenga e apressada...
Ouçam e vejam  a doce Eleanor lendo este soneto a um interlocutor que, 
sem compreender patavina de Shakespeare, entende tudo, tudinho...)

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