sábado, 27 de novembro de 2010

Palavras

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A brilhante poetisa em brilhante tradução...
(ou melhor, como aqui apresento, a brilhante tradução da brilhante poetisa)


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Letícia de Andrade. Bucranium. Fotografia. 2009.




 Palavras
 (Sylvia Plath. Tradução: Ana Cristina César)



Golpes,
De machado na madeira,
E os ecos!
Ecos que partem
A galope.

A seiva
Jorra como pranto, como
Água lutando
Para repor seu espelho
sobre a rocha


Que cai e rola,
Crânio branco
Comido pelas ervas.
Anos depois, na estrada,
Encontro


Essas palavras secas e sem rédeas,
Bater de cascos incansável.
Enquanto
Do fundo do poço, estrelas fixas
Decidem uma vida.



Words
(Sylvia Plath)


Axes
After whose stroke the wood rings,
And the echoes!
Echoes travelling
Off from the center like horses.

The sap
Wells like tears, like the
Water striving
To re-estabilish its mirror
Over the rock

That drops and turns,
A white skull,
Eaten by weedy greens
Years later I
Encounter them on the road —

Words dry and riderless,
The indefatigable hoof-taps.
While
From the bottom of the pool, fixed stars
Govern a life.

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