segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Arabescos

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Ele se foi.

Eu permaneço.

 

E mesmo que hoje minhas mãos volteiem ao se ferir na lida no jogo nas quedas, e as dele dancem macias e suaves noutros corpos e delícias,
e que arrastemos conosco a pena infinda de nossas tramas pesadas tecidas nos instantes do amor possível e fácil – e dos hiatos dilacerantes das ausências, das distâncias –, há um vazio maior: o que tangencia os arabescos infinitamente paralelos lineados no ar e entalhados no tempo pelos acenos de nossas mãos que um dia disseram

adeus.





Fotografia original: Isabela de Andrade
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2 comentários:

  1. Mãos que volteiam ao se ferir na lida no jogo nas quedas... Mãos que entalham no tempo arabescos infinitamente parelelos para acenarem adeus... Que lindo isso, Letícia! Parabéns.
    Abraço grande.

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  2. Oi Eduardo, muito obrigada pelas suas palavras!

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