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Edvard Munch. O sol. c.1912.
Talvez o nosso mundo se convexe
Na matriz positiva doutra esfera.
Talvez no interspaço que medeia
Se permutem secretas migrações.
Talvez a cotovia, quando sobe,
Outros ninhos procure, ou outro sol.
Talvez a cerva branca do meu sonho
Do côncavo rebanho se perdesse.
Talvez do eco dum distante canto
Nascesse a poesia que fazemos.
Talvez só amor seja o que temos,
Talvez a nossa coroa, o nosso manto.
(José Saramago,
in Os poemas possíveis, 1981)
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Que belo presente aos olhos e aos sentidos da alma! Uma imagem de Munch e os versos de Saramago...
ResponderExcluirUma escolha repleta de luz solar e amor pelas coisas da vida.
Beijos.
Genny
Obrigada, Genny! Beijos
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