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Juliette Aristides. Angel. Óleo sobre madeira; 11 x 8"
Veja se não sou eu este anjo aleijado
que pelo douramento superficial
evoca adoráveis sonhos.
Madeira talhada ou metal precioso?
Apenas plástico - e de rebarbas,
adorno luzente de árvore natalina.
Veja se não sou eu este querubim torto
de despregadas asas
imobilizadas.
De tanto se debater no desejo do voo,
cansou-se.
E agora espera,
espetado solitário numa parede fria:
seu único movimento é o do olhar
à janela invisível que o chama
dia
após
dia
(quem sabe até o próximo dezembro?)
ao lugar insuspeitado onde rebrilha
a vida.
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