quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

zoom

.
.
.

Detalhe de um casarão em ruínas em Cairu (BA)


"Gosto imensamente destes grandes silêncios, porque então ouço-me a mim mesma, e vivo mais em cinco minutos de solidão do que em vinte horas de bulício", diz Raquel, personagem do conto "Ponto de vista" de Machado de Assis.

Eu também gosto imensamente dos grandes silêncios, os sublimes, desses que aparecem no confronto muitas vezes insuspeitado com a paisagem vasta, quando, apequenados, só conseguimos pensar no trabalho de uma mão divina. Mas amo os silêncios miúdos, cotidianos, ordinários, esses justamente que passam despercebidos: a história contada pelo vazio entrevisto na janela do imponente casarão em ruínas, os passarinhos ritmando o vazio das arcadas do velho claustro do convento franciscano... Miudezas que me chamam a mim e reinventam o silêncio.




O claustro do convento franciscano de Cairu (BA)

.
.

5 comentários:

  1. Reconheço a importância do silêncio em cada dia. Lindo texto Letícia!

    ResponderExcluir
  2. Sim, nessa vida de doidas correrias, amo os pequenos silêncios... e, ainda sobre silêncios, lembro do poeta Zé Paulo Paes:
    "Sem a pequena morte de toda noite, como sobreviver à vida de cada dia?"

    Saudade de compartilhar silêncios e palavras, Letícia! Escreva: paulobarja@ig.com.br.
    Beijo...

    ResponderExcluir
  3. Letícia,
    fiz um "poema de carnaval" que gostaria demais de compartilhar com você:

    http://paulobarja.blogspot.com/2012/02/carnaval-i.html

    beijos

    ResponderExcluir