quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Privilégio


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Mar de hortênsias em tempo de hortênsias. Dez. 2011
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Nada, nem sequer o verão
está completo. Menos ainda o colar
de sílabas que, desvelado,
te ponho à roda da cintura.
Nunca me pediste mais, nunca
te dei outra coisa.
Quando juntamos as mãos esquecemos
que somos culpados da nossa inocência.
E sorrimos, alheios
ao sol que declina, à estrela
do norte que sabemos no fim.
O privilégio da vida é este
silêncio musical que do teu olhar
cai nos meus olhos
e regressa a ti acrescentado
pela luz da manhã varrendo o mar.



(Eugénio de Andrade, "Nada", in O sal da língua)
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Um comentário:

  1. Beleza...!
    Olha só, acho que foi há 2 dias: passei de carro pelo centro de SJC e vi de relance uma moça de óculos escuros dirigindo um carro com placa de MG, achei que fosse você... mas podia ser apenas a saudade embaraçando-me a vista... beijo!

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