sábado, 21 de maio de 2011

Silêncio e risco

.
.
.

A bela, luminosa e deserta paisagem de Madre de Deus de Minas em agosto de 2009



Escuto mas não sei
Se o que oiço é silêncio
Ou deus

Escuto sem saber se estou ouvindo
O ressoar das planícies do vazio
Ou a consciência atenta
Que nos confins do universo
Me decifra e fita

Apenas sei que caminho como quem
É olhado amado e conhecido
E por isso em cada gesto ponho
Solenidade e risco


("Escuto", Sophia de Mello Breyner Andresen)
.
.

4 comentários:

  1. "Depois da cinza morta destes dias,

    Quando o vazio branco destas noites

    Se gastar, quando a névoa deste instante

    Sem forma, sem imagem, sem caminhos,

    Se dissolver, cumprindo o seu tormento,

    A terra emergirá pura do mar

    De lágrimas sem fim onde me invento."


    (SMBA)

    ResponderExcluir
  2. "É Sophia de Mello Breyner Andresen, querida! Uma das poetisas que sempre me encantaram. Linda mulher, calorosa e libertária, meio moderna, meio clássica, cantadora do mar e das cidades, duas coisas que também me tocam tanto."

    ResponderExcluir