.
.
Matutino
Uma manhã dessas, eu conheci a poesia
Assim, de repente.
E a poesia, pra minha surpresa, não tinha palavras
Nem precisão
Era alvorada de sombra e luz movediças,
alternadas
À velocidade do automóvel
E ao recorte dos telhados
ainda orvalhados de sonhos
e de preguiça
Umas cabeças douradas, poucas,
Seguiam pelo mosaico luzente
do asfalto,
quando me rasgou o ventre,
aguda e improvisa,
a invernal lâmina
da memória
E arrancou de meus olhos –
porque sempre foram suas –
duas pedras roliças
de prata
e sal.
imagens e poema: Amarilis (Letícia)
.
.
.
Nenhum comentário:
Postar um comentário